quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Xoxota atropelada

Hoje, em minha aula de Redação, estávamos trabalhando a correção de textos, técnica que sempre utilizo com os alunos, para perceberem no texto alheio as falhas mais comuns que comentem em suas escritas.
Eis que um grupo muito risonho de meninos entrega-me a correção do texto de um grupo de meninas com um comentário no cabeçalho: XOXOTA ATROPELADA.
Um plágio! Pois a fala fora minha, semanas antes, exemplificando a importância de não rabiscar as palavras no texto, como se fosse uma xoxota atropelada no trilho de trem, mas sim anulá-las com um risco sobre o deslize. O tal grupo de  meninas cometeu o lapso e, imperdoavelmente, os meninos logo marcaram a falha com a escrita da minha fala.
Escribas dos outros, os meninos cairam na arapuca clássica do provérbio latino: A fala voa, a escrita mantém-se. Esqueceram-se que o falar é passageiro e difícil de ser capturado, com valor coloquial, já a escrita é eternizada no papel, tem um caráter formal.
Perderam, pois, a chance de deixar a "xoxota atropelada" da outra lá, quieta, passível de condenação pela banca examinadora!!!


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