quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

SOU DONA DA MINHA ALMA

Comecei, anteontem, a ler o livro "Sou dona da minha alma", uma biografia muito especial sobre virginia Woolf, escritora inglesa do início do século XX.
Estou adorando, principalmente, porque doenças mentais, literatura, escrita e identidade são meus temas favoritos. E Virgínia sempre carregou tudo isso, dentro de si.
Recomendo a leitura e sugiro, também, ler todas as obras da escritoa inglesa, depois de conhecer sua biografia e entender o que achamos que se passava em sua cabeça.

(“SOU DONA DA MINHA ALMA: O SEGREDO DE VIRGINIA WOOLF” de de Nadia Fusini,  Bertrand Brasil - 2010)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

UM AMOR PARA CHAMAR DE MEU

Se existe no mundo alguém que seja sensível, verdadeira, completamente apaixonada pela vida e pelos amigos, é Maria. Poeta, atriz, cantora, dançarina, modelo - de pessoa, de mãe, de mulher.
Já passamos por aventuras que vão além do Oceano Atlântico, vivemos nossa amizade há mais tempo que as múmias.
Curtimos a vida, choramos a vida, rimos, lemos, escutamos, sentimos, comemos. É alguém que, mesmo longe, sempre está por perto.
Hoje, deparei-me com esta linda foto. Fique perplexo com tanta beleza. Parecendo Alice, à beira das Maravilhas, ela apenas olha para nós,lânguida, sendo, apenas, ela mesma: um ponto de luz no meio de uma floresta.


DE PERNAS PARA O AR

Sábado fui ao cinema assistir ao filme brasileiro DE PERNAS PARA O AR. E saí de lá como no título.
Misturando suavemente um pouquinho de Sex and the City com O Diabo Veste Prada e Ingrid Guimarães, com certeza é algo no mínimo muito engraçado.
Recomendo para todas e todos aqueles que ainda não tiveram uma experiência em Sex Shop. Porque o filme dá vontade de entrar na primeira loja erótica que tiver no caminho.
Sem tons moralistas e numa sincronia perfeita, Ingrid e Maria Paula mostraram como fazer um filme simples, sem um enredo mirabolante, mas com muita delicadeza.
Vale a pena!


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

NOVAS FOTOS DE HARRY POTTER, RELÍQUIAS DA MORTE PARTE 2

Estou muito ansioso, esperando o lançamento, que está marcado para 15 de julho de 2011. Espero que o filme seja tão bom como a primeira parte!
No site UOL, há algumas fotos. A que mais gostei, foi essa:


sábado, 22 de janeiro de 2011

O SERMÃO DA MONTANHA, VERSÃO 2011

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens. Tomando a palavra, disse-lhes:  "Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles..."

Pedro o interrompeu: - Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou: - É pra copiar?
Filipe lamentou-se: - Esqueci meu papiro!
Bartolomeu, quis saber: - Vai cair na prova?
João levantou a mão: - Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou: - O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu, defendeu-se: - Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou: - Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou: - Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou: - Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso: - Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se: - Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão, nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para o levantamento dos conhecimentos prévios?
 
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor titular...
 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

VAMOS AJUDAR AO PESSOAL DA SERRA FLUMINENSE!

Os postos de coleta de donativos no Rio de Janeiro são:
- CRUZ VERMELHA - Praça Cruz Vermelha, 10 - Centro (De 9 as 17 horas)
- RODOVIÁRIA NOVO RIO - Embarque inferior (De 9 as 17 horas)
- POSTO DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL
Plantão 24 horas:
- BR 116 KM 133 - Rio Magé
- BR 101 KM 269 - Casemiro de Abreu (próximo ao pedágio)
De 8 as 17 horas:
- BR 040 KM 109 - Rodovia Washinton Luiz
- BR 116 KM 227 - Rodovia Presidente Dutra
Outros pontos de coleta de donativos e/ou doação de sangue:
- ONG Viver Bem: confira os endereços no site para fazer doações
- Cruz Vermelha de Curitiba: Donativos para as vítimas das chuvas no Rio e São Paulo. (41) 3016-6622 - Av. Vicente Machado, 1310 - Batel
- Restaurante Pizza do Pet: Condomínio Mandala - Barra da Tijuca
- Sede do C. R. Flamengo: Av. Borges de Medeiros, 997 - Gávea
- Fluminense F. Club: Recebe donativos em sua sede. R. Álvaro Chaves, 41 - Laranjeiras
- C.R. Vasco da Gama: Recebe donativos no dia 15/01, em sua sede, na entrada para as arquibancadas. R. General Almério de Moura, 131 - São Cristovão
- Fúria Jovem: A torcida do Botafogo arrecada donativos em sua sede (13 e 14/01) e também no Engenhão - Ala Leste (16/01). A sede fica na R. do Acre, 51/304 - Centro.
- Tijuca Tênis Clube: recebe doações em sua sede, na Rua Conde de Bonfim, 451, Tijuca
- Shopping Downtown: Doações no SAC (bl 12C subsolo) ou no Espaço Cliente (bl 17) - Av. das Américas, 500 - Barra da Tijuca
- Shopping Caxias: Rua Professor José de Souza Herdy, 1216 - 25 de agosto - Duque de Caxias
- Shopping Carioca: Est. Vicente de Carvalho, 909 - Vicente de Carvalho
- Sítio Santa Terezinha: (21) 2632-7806/ Cel.: (21) 9379-8727 Est. do Curtume, s/nº - Guapimirim
- Supermercados Pão de Açúcar, Extra, Sendas e Assaí: Estão recolhendo roupas, remédios, alimentos não-perecíveis, ítens básicos de higiene e colchões, em TODAS as unidades do Rio de Janeiro. Se tiver um no seu bairro, não deixe de ajudar.
- Metrô Rio: Recebe donativos nas estações Carioca, Central, Largo do Machado, Catete, Glória, General Osório, Pavuna, Saens Peña, Del Castilho e Siqueira Campos.
- Fia (Fundação da Infância e Adolescência): Recebe donativos nos dois endereços abaixo:
Rua General Castrioto 589 - Barreto, Niterói
R. Voluntários da Pátria, 120, Botafogo

- Viva Rio: (21) 2555-3750 e (21) 2555-3785 - R. do Russel, 76 - Glória
- Maetê: Av. Visconde de Pirajá, 550/sala 413 - Ipanema
- Concessionária Rota 116 S/A: as quatro praças de pedágio, em Itaboraí, Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo e Macuco, estão recebendo donativos
- CCR Ponte Rio-Niterói: posto para coleta de doações foi montado junto à praça de pedágio da Ponte, do lado direito de quem chega a Niterói, onde foi instalado um container para receber as contribuições. Tel.: 2620-9333
- Sede do Sistema Fecomércio-RJ: Rua Marquês de Abrantes, 99, Flamengo (Das 9h às 18h, de segunda a sexta)
Unidades Sesc Rio: São Gonçalo, Niterói, Copacabana, Tijuca, Ramos, Madureira, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Teresópolis e Quitandinha (Petrópolis) (Das 9h às 17h, de terça a domingo)
Unidades Senac Rio: Niterói, Copacabana, Marapendi (Barra), Faculdade Senac Rio (Centro), Botafogo, Petrópolis, Duque de Caxias, Politécnico (Riachuelo – Zona Norte) (Das 9h às 19h, de segunda a sexta. Aos sábados, das 9h às 12h)

REINVENTOS

Ando, por esses dias, realizando um sonho intelectual: escrever um artigo sobre a minha turnê favorita da Madonna, THE REINVENTION TOUR.
Para mim, está sendo divertidíssimo e valioso rever as apresentações de Los Angeles, Bercy e Lisboa o dia inteiro, além do dvd I'm going to tell you a secret, que se tornou o documentário oficial da turnê e seus bastidores.
Para mim, o grande valor daquele monstro tecnológico é a ética, a busca por valores políticos, religiosos, familiares: é uma Madonna que busca encontrar-se em meio a tantas músicas, vídeos, coreografias e figurinos incríveis.
A frase mais marcante de todas, pra mim, é: RE-INVENT YOURSELF!
Pois precisamos pensar sobre quem somos, o que queremos, o que desejamos... Temos de tentar pensar mais nos outros e menos em nosso gigante ego...


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

QUER DESAMAR? ACHEI A RECEITA!

Escrevendo um texto sobre Madonna, para um congresso em julho, achei este fragmento num livro. Resolvi compartilhar , pois sei que desamar é mais difícil que amar...

Arte de Amar de Ovídio (43 A. C-17 d.C.) podemos encontrar algo próximo de uma arte de esquecimento. As perguntas: que fazer para esquecer um grande amor? quais são os remedia amoris?” Ovídio dá algumas ideias que ainda nos podem ser úteis:

Lembrar-se dos defeitos do (a) amado; retirar todas suas imagens de dentro de casa; evitar os lugares onde os dois estiveram juntos; viajar, durante muito tempo e para bem longe; evitar a música, a dança e o teatro, pois podem evocar o amor perdido; evitar os poemas de amor; trabalhar, ocupar-se com negócios, política e a guerra. Se nada disso der certo, o que é bem provável, só mesmo um novo amor.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

AMANHÃ, EU RENASÇO

Foi às 8h35min de um dia 18/01 que eu nasci. Propositalmente, escolhi essa data, pois queria ser capricorniano, com ascendente em Peixes. Resolvi vincular o pragmatismo com o sonho. E é isso que tento fazer todos os dias, a cada instante. Mas é impossível: água e azeite não se misturam e o que tenho são ondas, como as marés, de razão e fé, cérebro e coração.
Tempos atrás, minha prima, Jaqueline, achou esta foto e copiou para mim. Minha mãe, gravidíssima, no início dos anos 1980, comigo ali, dentro dela. Éramos, naqueles tempos, uma única carne. Pouco tempo depois - mamãe revelou-me que nasci semanas após a foto - nossa união romperia para eu deixar de ser parte dela e me tornar um ser inteiro.
Mas ainda não me sinto assim. A consciência do umbigo cortado é uma das tarefas mais difíceis que carrego.


AMOR, POR ROLAND BARTHES

Há duas afirmações do amor. Inicialmente, quando o amante encontra o outro, há  afirmação (psicologicamente: deslumbramento, entusiasmo, exaltação, louca projeção de um futuro pleno: sou devorado pelo desejo, pelo impulso de ser feliz): digo sim a tudo (cegando-me). Em seguida vem um longo túnel: meu primeiro sim é corroído por dúvidas, o valor amoroso é incessantemente ameaçado de depreciação: é o momento da paixão triste, do surgimento do ressentimento e da oblação. Desse túnel, entretanto, posso sair, posso “superar”, sem liquidar; o que afirmei uma primeira vez, posso novamente afirmar, sem repetir, pois, agora, o que afirmo é a afirmação, não sua contingência: afirmo o primeiro encontro na sua diferença, quero seu retorno, não sua repetição. Digo ao outro (antigo ou novo): Recomecemos!

sábado, 15 de janeiro de 2011

AMOR, O QUE RESTA PARA O SER HUMANO

Depois de tanta dor, tanto sofrimento, o que resta é apenas o amor.
Ontem, meu irmão, acompanhado de minha sobrinha toda ferida, enterrou sua ex-mulher, que faleceu na catástrofe de Nova Friburgo. Ao falar com ele, por telefone, só consegui sentir o desespero de quem vê a cidade que ama destruída. E, infelizmente, ainda não há condições seguras de ele vir ou de eu ir ficar ao lado dele.
A única coisa que posso - podemos - fazer, é ajudar. Com orações, rezas, ladainhas e...
Peço para todos que ajudem aquelas pessoas. Há mais de 3 mil desabrigados, morando em campos de futebol, bebendo água barrenta, sem banho, sem esperança.
Em todas as cidades há postos de coleta de alimentos não perecíveis, água e roupas, incluindo toalhas de banho, roupas de cama, colchonetes, cobertores...
É o mínimo que nós podemos fazer, pois isso poderia ter acontecido com nossa cidade e, com certeza, seríamos ajudados por desconhecidos.
Amor e solidariedade, é o que resta para o ser humano.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

TRAGÉDIA NOSSA DE CADA DIA

Essa semana, não é novidade para ninguém, aconteceu mais uma catástrofe em função das chuvas de janeiro. A cada ano, um lugar é eleito pelas vontades das nuvens e tudo é arrastado, levado, lavado. Esse ano, o local escolhido foi a Serra do Mar. Por azar, exatamente onde moram meus familiares, pois também sou de lá. Nova Friburgo tornou-se um monte de lixo e lama. Não conseguimos falar com todos os parentes, para saber se estão bem - se estão vivos.
Como as estradas foram bloqueadas pelas forças das águas, só resta rezar, orar, pedir a Deus para que todos fiquem bem, no meio daquele ambiente que mais parece cenário de filme de catástrofe.
E rezar, também, para que o poder público tenha o mínimo compadecimento e faça algo  tardiamente - para os que precisam.

Quando Tom escreveu Águas de Março, acho que foi pela rima. Porque, no Brasil, as verdadeiras águas são as lágrimas de dor e tristeza por tanta calamidade com quem amamos.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Geração pós-real conhece inflação em reprise de 'Vale Tudo'

A reportagem abaixo saiu da Folha Online. Vale aqui, porque há algum tempo postei comentários que remetiam a isso. Lembro-me vagamente da troca entre Real e Cruzados Novos. Eu e meu pai fomos ao Bradesco, que era um banco chique na época, num domingo (Sim, domingo!!!)para trocar todo o seu salário por Reais. Eu fiquei assustado com tão pouco dinheiro e pensei: "Nossa, meu pai tá pobre!" Muito dinheiro eram, definitivamente, muuuuuuitas notas!

Virou ficção o Brasil da inflação galopante dos anos 1980, quando sucessivos planos econômicos surgiam da noite para o dia após uma infinidade de feriados bancários, congelamento de preços, tablitas, câmbio negro e corte nos zeros das moedas.
Para toda uma geração de jovens adultos, saber que os pais ligavam diariamente para o gerente do banco aplicar o dinheiro no "over" soa tão bizarro como as ombreiras e as cabeleiras dos personagens sem caráter de "Vale Tudo", a novela de Gilberto Braga passada em 1988 (IGP-M de 20% ao mês) e sucesso nas madrugadas de 2010 (IPCA de 5,9% ao ano).
Assustam as passagens na novela em que os personagens falam que ganham 400 mil por mês e que isso não é suficiente para o supermercado, o que era comum até o Real, em 1994.
Na novela, a cozinheira Raquel Acioly (Regina Duarte) faz um empréstimo com juros de 30% -ao mês- para abrir seu restaurante.
A escola de Bruno, filho do operador de telex Ivan Meirelles (Antonio Fagundes), reajustou a mensalidade em 30%. "Como? Vai subir de novo? Subiu 28% dois meses atrás", pergunta a secretária Leila (Cassia Kiss).
Brasileiros nascidos em 1994 têm hoje 16 anos e nunca conviveram com inflação muito acima de 10% ao ano.
Mesmo quem tem 30 anos viveu mais da metade da vida após a estabilização.
"Meus estagiários que não viveram isso não fazem ideia. É nonsense. São memórias que vão se apagando", disse Salomão Quadros, economista da FGV.
"A meta do governo era que a inflação ficasse em 10% ao mês", disse Mailson da Nóbrega, ministro em 1989, quando terminou a novela. "Até os anos 1980, havia consenso de que uma inflaçãozinha não fazia mal para ninguém. Só com a democracia que houve um apoio popular contra a inflação."

ÁGIO

"O carro usado custava mais do que o zero. Tudo que tivesse algum valor tinha ágio. O primeiro congelamento pegou todo mundo no contrapé, mas o segundo não pegou ninguém", disse.
Para se protegerem, os brasileiros corriam ao dólar "black", como os personagens do núcleo rico da novela. "Computador, viajar ao exterior tinham custo proibitivo. Uísque era só nacional: Old Eight. Vinho era Château Duvalier. Até o ambiente cultural em São Paulo era provinciano, não havia essa profusão de casas noturnas."
"Do ponto de vista econômico, o Brasil era um país socialista. A produção estava na mão do Estado. Não era muito diferente da Rússia, dos países do Leste Europeu. A gente tinha uma calça jeans melhor porque era produzida aqui", disse Heron.

 

O FIM DO MUNDO CHEGOU

Ando bastante cansado de viver em Macaé. As coisas por aqui estão cada vez mais difíceis de tolerar. Enxergamos - e eu, mesmo com miopia e astigmatismo, exergo bem isso - o poder público, em todos os níveis, pouco se importando com o município.
Não sou macaense, mas me considero um. Estou aqui há dez anos e me sinto cidadão. Amo a cidade, mas tenho pena dela.
Ontem, no trabalho, fui informado de que um funcionário da empresa que trabalha no mesmo prédio da FAFIMA, a Westgroup, foi assaltado, e, ainda, levou um tiro no rosto, ali, em pleno centro da cidade, ao lado do Colégio Luiz Reid. O rapaz, trabalhador, como eu, ou qualquer outro homem de bem, foi mais uma vítima, por ter sacado dinheiro no banco e estar voltando ao seu trabalho. Foi seguido e então isso aconteceu. Graças a Deus ele está hospitalizado, o pior não aconteceu.
Eis que acordo e confiro minhas mensagens no facebook e uma amiga me escreveu que perdeu o celular - foi assaltada, ontem! É deprimente.
Não podemos mais andar, falar, pensar, fazer nada... Pois não nos sentimos mais seguros onde estamos.
A qualquer momento, alguém pode vir e roubar, matar, sei lá mais o quê!
Não adianta apenas prender, matar, condenar os bandidos. Ninguém nasce assim. Ontem, assistindo à novela "Vale Tudo", a personagem Raquel me emocionou com sua fala ao Gildo, um ex menino de rua: "Aprendi com você que se a gente vê  um menino que está indo para a marginalidade, podemos fazer algo que isso muda, te ajudar me mostrou que as coisas têm solução". Vejo isso diariamente na escola em que trabaho na prefeitura. Tentamos com toda a força do mundo livrar nossas crianças da marginalidade. Mas sozinhos é impossível. Quem deveria nos ajudar, está ocupado demais pensando em outras coisas mais politicáveis.
Por isso, hoje, aluguei 2012. Prefiro pensar no fim do mundo, dentro de casa, de mentirinha, do que me arriscar do lado de fora e vivê-lo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CURSO PREPARATÓRIO PARA A PETROBRÁS

Curso preparatório para a PETROBRAS na FAFIMA, em Macaé!
Matrículas abertas a partir de 07 de janeiro
Aulas de segunda a quinta, das 19 horas às 21 horas 40 min., de 17/01 até 25/02
Matérias:  Português e Matemática
Cursos extras para provas específicas: Inglês, Informática e Novo Acordo Ortográfico
Valor: R$ 200,00 (descontos para alunos e ex-alunos da FAFIMA)
Cursos extras: R$ 60,00 por curso (descontos para alunos e ex-alunos da FAFIMA )
>>>> PARA QUEM QUISER FAZER APENAS O CURSO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO, TAMBÉM É POSSÍVEL! <<<<
CONTATO: 22 - 2762 - 1457

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ANYWHERE


Há alguns anos, fui a São Paulo, na Bienal Internacional de Arte e, entre milhares de trabalhos, o que mais me agradou foi uma mistura de pintura com instalação. Era uma parede imensa, gigante, com um tapete no chão e algumas plantas. Olhando de longe, parecia tudo a mesma coisa e, quanto mais me aproximava, mais eu mergulhava naquilo e começava a fazer parte daquela paisagem artificialmente natural.
Até que, em algum momento, acharam que eu era um holograma perdido no meio daquele espaço. Desde então, acho que aquilo roubou minha existência e vivo como holograma, dissolvendo-me nas paisagens em que me insiro.
Essa semana, lendo um livro de J. M. Coetzee, chamado “Desonra”, deparei-me com um pensamento do personagem que atrai a fala do poeta Wordsworth, na poesia “De um nu despenhadeiro”. É fato que perdemos, às vezes, essa mistura tão transparente de razão e sentidos quando nos deparamos com algo, que nos sempre pareceu ser real.
A pergunta que o livro faz e que repasso: “como posso manter a imaginação pura, protegida dos ataques da realidade?”
A resposta do autor é boa, não me convence muito. Prefiro jogar aqui e deixar para que alguém me faça pensar mais um pouco.





quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

EN MÉNAGE, LA VIE EST INFINIE

EN MÉNAGE, LA VIE EST INFINIE
ou
DAS FACES MÚLTIPLAS

If I am a little one, I can do no harm.
If I don't move about, I'll knock nothing over. So I said,
Sitting under a potlid, tiny and inert as a rice grain.
They are turning the burners up, ring after ring.
We are full of starch, my small white fellows. We grow.
It hurts at first. The red tongues will teach the truth.
Sylvia Plath, Witch Burning

Levantei-me mais cedo do que o costume, vesti-me sem muito cuidado, fui à casa de uma rainha decapitada, vi-a morta, esperando apenas o seu julgamento. Vi-me ali, sendo a testemunha de uma fé. O testemunho chamou-me a atenção. Vi-me numa situação ameaçadora: precisava livrar-me daqueles verbos, adjetivos e substantivos antes que eles se cristalizassem dentro de mim, construindo sentimentos que eu não poderia manter. E a história, então, senhor leitor, começou:
As horas, sinceramente, não me recordo, pois o relógio estava derretido, sobre meu pulso. Apenas a sensação de estar à noite, em um ambiente escuro, sem nenhuma possibilidade de respiração, aclamando por ouvidos que jamais me ouviriam. Sentia um frio quente, um medo reconfortante. Era a sensação de liberdade que tentava preencher minha alma, acorrentada às teias da realidade aprisionadora.
As horas, aquelas horas.... Elas nunca chegavam, então fui até um canto, canto musical, que chamava, feito Loreley, o meu nome. Talvez lá, eu descobri a minha liberdade pessoal, aquela que demonstra um neutro, que traduz quando as palavras ainda estão em formação em nossos pensamentos, uma escritura de deus, a feitura da própria essência humana. Foi lá, através do canto daquela sereia num canto, que senti a compreensão do mundo e daquilo que chamara de vontade. Era uma vontade.
Uma cortina se abriu. Ela era verde, cheirava a incenso de mel. Tive a previsão de que um Deus verificou-se. Toda a cortina, cuja face era de veludo, e acabava em franja de algodão, uma vez puxada pela franja, deitava-se sobre um corpo pensativo, o meu, esperando. O que eu esperava? Talvez o próprio deus. Mas ele estava ocupadíssimo.
Então resolvi cantar alguma canção estranha, inatingível, penetrante[1]:
Uksherukhot karot yis'aru bachuts
Eshlakh bekha esh chama
Yom echad ulay tafsik larutz
Ben hatzlalim
Baneshama, Baneshama
Não foi simples compreender que a minha alma necessitava daquela canção, era um detalhe que se esperava, a cada instante, rasgando a minha alma, penetrando em meu peito, olhando em meus olhos, como se eu fosse uma encarnação de uma música, de um desejo, de uma possibilidade, como se eu fosse o sonho de alguém, o desejo, a possibilidade de alguém, como se a minha única função no mundo fosse essa. Mas esse alguém jamais me encontrou. E eu?
Apaguei-me. Fui em busca de outros sonhos, resolvi libertar-me, então, daquele desesperador medo de permanecer numa paralisação, numa estagnação eterna. Então, estou procurando, estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda.
Por que é que ver é uma tal desorganização? Há um mau-gosto na desordem de viver. Viver é, sem querer, rasga aquilo que chamamos de liberdade. Viver seria uma tentativa de se aprofundar num mundo que não existe? Tentar fugir para outros lugares, mesmo sabendo que lá não há o caminho que queremos? Acho que eu sei o motivo disso tudo. Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.
A probabilidade, a matemática, o cálculo. É esse o caminho que eu buscaria, se estivesse em outro corpo. Seria uma saída? Como, pois, inaugurar agora em mim o pensamento? E talvez só o pensamento me salvasse, tenho medo da paixão. Ela seria capaz de arrancar de mim o meu direito, o meu dever, a minha natureza. Tenho medo da paixão.
Melhor buscar respostas completas, como aquelas que somos obrigados a escrever nas séries iniciais. Respostas completas sempre satisfazem àquelas professoras neuróticas, então podem satisfazer nossas ânsias e medos. De paixão.
Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.
Olhei os pés de Davi. Eles estavam lá, me esperando, por algum motivo que as Moiras resolveram amarrar à minha teia da vida.


[1] E quando o vento frio soprar lá fora/ Eu incendiarei você por dentro/ Um dia você vai poder parar/ De correr entre as sombras/ Que há em sua alma, em sua alma.


MORTOS

Nos últimos meses, a morte tem estado bastante perto de mim. Perder alguém que amamos não é tarefa fácil. Por mais que eu saiba o quanto é importante ser equilibrado, pensar positivamente na ideia de missão cumprida e de que a passagem aqui pela Terra é algo efêmero, o lado egoísta dói demais... como seria bom se nossos mortos fossem como nas memórias do filme Harry Potter, que no tocar de uma varinha, pudéssemos mergulhar em uma fonte onde todas as recordações acontecessem novamente, com a mesma intensidade de quando éramos vivos...
Mas se fosse simples e fácil, assim, não aprenderíamos o valor da vida, a responsabilidade de ter compromissos, de agarrar com toda a força aquilo nos é precioso: o amor!
Após passar por uma das mais intensas perdas da minha vida, posso dizer que sinto-me orientado a estar mais perto de quem amo, de manifestar meu carinho pelos meus vários amores, mundo afora...
Porque, quem sabe, ou eu, eu mais alguém resolve partir sem dar recado?


ISLAND SCAPE

Ontem, enquanto corria na praia, para perder as gordurinhas adquiridas nas comilanças de final de ano, lembrava do passado e das aventuras vividas. Veio-me à memória as experiências do final de 2006, quando viajei com uma galera mais que especial. Talvez a turma mais especial com quem trabalhei. Passamos, juntos, uma semana num navio, que foi de Santos até Florianópolis.
Grandes diversões, alegrias, risos, gargalhadas e muita, muita cumplicidade...
Nessa viagem, pude ter certeza de que algumas pessoas são para sempre; que a amizade, quando verdadeira, torna-se uma espécie de cola que nos faz presos por vontade, mesmo com a distância, o tempo e a saudade atrapalhando.
De vez em quando, mandamos uma mensagem ou um recadinho vitual, mantemos contato. Cada um, com seus caminhos... Mas basta apertar um pequeno botão dentro da gente que o afeto torna-se, novamente, real, contemporâneo!
Se eu fosse pai um dia - não tenho essa pretensão, não herdei esse talento - com certeza essas duas seriam filhas que eu amaria ter. Ok, podem falar que eu tinha foto melhor para escolher. Mas essa me faz lembrar do dia do pé ausente, do pica-pau... ou era tucano? nem me lembro mais da ave...