domingo, 4 de dezembro de 2011

QUANDO EU ERA BULLYINGNADO

Quando eu era mais novo, todo dia era sempre o mesmo ritual, de sair de casa pensando em como me tornar invisível, como não ser notado na escola,  para que os meninos maiores que eu não me provocassem, não me apontassem, ou rissem de mim. Meu maior desejo, naquela época, era o de ser transparente. Sempre me escondi nas pilhas de livros da biblioteca da escola e na sala de aula, durante todo o recreio. Raramente brincava com os colegas e só saía da sala quando era muito necessário.
Depois que cresci um pouco mais, na adolescência, quando comecei a me entender e a decifrar meus próprios símbolos, vi que precisava ir além da minha concha, pois criar uma capa dura e impenetrável (a timidez e a mudez) não me ajudariam em nada na vida. Soltei-me mais, comecei a fazer teatro na escola, entendi que o que eu sofria era mais do que pessoal: aqueles que me ofendiam precisavam exorcizar seus próprios demônios e eu era a bruxa escolhida por aqueles inquisidores medievais.
Foi mais ou menos quando percebi a única profissão que eu poderia seguir era a de professor. Naquele momento, vi que eu tinha de fazer tudo aquilo que meus professores não fizeram por mim: tentar enxergar um pouco mais os alunos, principalmente aqueles que não conseguem ter o direito de voz e libertá-los da angústia de se sentirem culpados por algo que não cometeram. Assim, eu tento ajudar não apenas os que passam pelas minhas aulas, mas ajudo também a um menino tímido, de grandes olhos azuis, que sempre sentou na primeira fila e tinha as melhores notas da turma: minha criança interior.
Acabei de assistir a esse vídeo, publicado no Facebook pela Pandora Boxx, uma drag queen americana, que na adolescência tentou se matar, mas graças aos deuses, não conseguiu. Declarou que sempre sofria bullying na TV americana, num reality show de drags, sendo eleita pelos USA como Miss Simpatia do programa. Ela, como eu, encontrou um meio de se libertar do bullying, do medo, do sentimento de culpa e da angústia ajudando os outros. Eis o link do vídeo:

VÍDEO DO JONAH





sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

UM PRESENTE QUE GANHEI!

Ontem, na formatura do CBO, a queridíssima Nathália Cristine me presenteou com um lindo ramalhete e este texto mais lindo ainda, que fala com a alma, com o coração e com a experiência de quem sabe o que dizer. Obrigado, amore!

Ser professor é indiscutivelmente, fazer parte da espécie mais rara que existe e que infelizmente está entrando em declínio. Ser pai, mãe, avô, avó, psicólogo ou até mesmo aluno, são algumas das inúmeras facetas que eles precisam assumir em diferentes momentos, para nos acompanhar. Por falar em acompanhar, estou aqui a fim de prestar uma homenagem para um dos melhores mestres que me acompanhou até hoje, àquele que conduziu a turma desde o primeiro ano e que foi escolhido como o paraninfo, Luiz Gasparelli. 
Entre inumeráveis momentos ao longo do ensino médio, fico me perguntando como não lembrar das maravilhosas aulas da qual usufruirmos ao seu lado. Pode estar certo Luiz, a cada leitura feita em sala, absorvermos algum conhecimento, por menorzinho que seja, mas que com certeza nos ajudará a enxergar o mundo de maneira mais simples. O fato é: Teremos o nosso olhar, dentro do seu olhar. Você nos fez conhecer a literatura e admirar a arte como uma das mais belas manifestações humanas e por isso, eu acredito ser o meu desejo e o de todos, registrar aqui um muito obrigada, um muito obrigada de coração por todo seu esforço como professor e pessoa. Sei que agora, encerramos um ciclo e partiremos para o próximo, buscando um futuro em que será a hora de colhermos os frutos que semeados até agora com a participação indispensável de mestres, como você.
Desta forma, termino meu discurso com uma frase de Fernando Pessoa : “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas imcomparáveis."


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

TEXTO DA FORMATURA CBO 2011

Primeiramente, gostaria de deixar claro que todas aquelas cartas no simulado, além de me fazerem chorar pra dedéu, não alteraram a correção das provas. A cada ano, novas despedidas, novos momentos de alegria e tristeza com os abraços, o sentimento de dever e missão cumpridas, de amizades que durarão para sempre.
Como num filme, vivemos nossa história, com começo confuso, numa turma barulhenta, mas alegre, num meio produtivo, com muitas descobertas e afeto e um final, que como os do filme de Chaplin, indicam sempre uma continuidade.
Nesse ano, resolvi não falar apenas dos alunos. Vou falar de outras pessoas, tão importantes quanto. Escolhi algumas mães para homenagear. Não foram por sorteio, mas por um motivo específico: são mães de segundo, até terceiro filho que vejo formar, que participo desse momento. Rita, mãe de Bruno e Lívia, ex aluna e amiga de todas as horas, Cristina, mãe de Amanda e Max, a família gênio, Verônica, mãe de Bianca e Brenno, os filhos mais dengosos, Luciana, mãe de Carlos Vitor e Lucas, os meninos de ouro, Luiza, mãe de Liz e Thaís, minhas duas xodós, Carla, mãe de Lucas, Camila e Lícia, a família cheia de luz, e Noeli, mãe de Victor e Gabriel, os dois pimentinhas: obrigado pela confiança e parabéns por filhos tão incríveis! Vocês representam todas as mães, pais, tios e avós aqui presentes, pessoas que investem na felicidade e no sucesso de seus filhos.
Mas faço uma pergunta, não apenas a essas mães, mas a todas as mães e pais aqui presentes: gostaria de saber se vocês fazem parte de algum projeto biotecnológico de mutação genética, tipo X-Men, pois seus filhos são muito especiais, todos têm talentos e tanto brilho, que parecem estar um passo a frente da gente. Parabéns pela linda educação que vocês deram e  dão a eles.
No nosso caminho, temos sempre muitas opções, muitas possibilidades para conduzir a vida. Uns optam pela tristeza e pelo rancor, pelo desacerto e pelo confronto com o mundo. Outros, mais felizes, tentam sempre se deixar envolver pela vida e pela beleza do mundo, contagiam com luz e alegria as pessoas. Vocês, definitivamente, me contagiaram, e sempre terei no coração a sua alegria. De cada turma, eu guardo uma lembrança, um símbolo. De vocês, acho que ficaram os filmes. Falamos tanto de cinema, que é assim que me lembrarei de vocês. Por isso, pensei em vários filmes para traduzir vocês.

Amanda, Larissa Carvalho e Caroline: O filme de vocês é Três vezes amor, pela linda amizade e por amá-las!
Ana Julia , 100 escovadas antes de dormir, sempre pensando assustada no que fará da vida! Fará tudo certo, minha linda!
Analice, o seu filme é O Mágico de Oz. E você é a Dorothy que sempre me levou pelos caminhos de ouro e da delicadeza.
Bernard, Victor, Thiago e Lucas Crespo, só podem ser Os Saltimbancos Trapalhões!!!
Bianca, Larissa Borges, Luiza e Nathaly: Sex and the City, pois vivem de fuxicos e cheias de charme nas aulas!
Bruna e Isabela são as Crossroads, amigas para sempre!
Bruno Irabi, o American Pie da sala!  Sempre envolvido nas cenas mais bizarras e cômicas!
Bruno Leite, Carlos Eduardo e Nicolas Igor , Os Intocáveis, que não têm medo de se renovar e vencer os obstáculos da vida.
Camila, Karoline e Ully Mulheres à beira de um ataque de nervos! Mas pra mim, estão é à beira de um futuro incrível!
Carina, Poderosa Afrodite, amante de sex on the beach!
Carlos Vitor, o que lembra os filmes épicos, como um herói exemplar e cheio de integridade.
Daniel, o Talentoso Ripley da sala, menino brilhante!
Davi, quem mais, além de Batman, mas aquele mais amigo e sincero, o do seriado da década de 70.
Felippe, Marcos Emanuel, Thales, Nicholas e Matheus Xavier; Os Narradores de Javé, os faladores da sala!
Gabriela, a cineasta da turma, é o cinema metalingüístico, cheia de genialidade!  
Gregory, para você, eu não sei. Você é tantos filmes! Para vc, eu digo o cinema todo! Desde os noir franceses, até os e ação e drama russos!
Laís e Marina Mascari, em Efeito Borboleta: às vezes somem, mas sempre sabem de tudo!
Liz, em Os Delírios de Consumo Becky Bloom da sala, assim como eu!
Lucas de Aguiar, só podia ser o Jason, não é? Mas você não é sexta-feira 13 e sim sábado 14, pra sair do clichê!
Lucas Araújo, o músico, cheio de poesia, Penso em Letra e Música.
Mariana, para você, não tem filme, tem atriz: é a Julia Roberts, com o sorriso mais lindo, um talento incontestável e muito, muito brilhantismo!
Matheus Borges, O Guru do Sexo, que some do facebook para estudar, não é?
Nathália, A Órfã, mais conhecida como Esther... Ou Amelie Poulain, por sempre permitir-se sonhar!
Raphaela , vive no clima de filmes mudos, mas que falam pelo olhar e pela sensibilidade.

            Cada filme, cada pessoa, cada um de vocês personifica não apenas o que fizemos na escola, as nossas aulas. Personificamos, todos juntos, a promessa de vida, de alegria e de sucesso que nosso convívio construiu. Madonna declarou que é melhor viver um ano como um tigre, do que centenas de anos como uma ovelha. Porque a ovelha, submissa e sem personalidade, é mais uma na multidão de ovelhas, sem qualquer diferença. Já o lobo é a figura do individual, daquele que assume os riscos, que tenta, sem medo de errar, pois se erra, aprende e amadurece com isso, construindo um mundo com garra e energia. Vocês, aqui, são os lobos do mundo, não o lobo mau, dos contos de fada: mas esse lobo madônnico que acredita no próprio potencial e faz acontecer!
    Todos juntos, fizemos nosso filme: mas aqui, ninguém foi ator nem atriz, ninguém foi coadjuvante nessa narrativa. Somos todos roteiristas e diretores, protagonistas de uma fábula que começou com literatura e terminou com um lindo final feliz, cheio de amor.
Nosso filme, pessoal, o filme de nossa jornada, é A História Sem Fim!
Um beijão e amo vocês!









quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CONTEÚDOS DO TESTE DE LITERATURA – CBO



1º ANO:

  • Arcadismo Brasileiro e suas características;
  • Neoclassicismo francês e suas características;
  • Apostila – biografia de Maria Antonieta;
  • Filme: “Maria Antonieta”;

2º ANO:

  • Naturalismo: características, contexto historio e influências francesas;
  • “O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo;
  • Filme: “O Crime do Padre Amaro”;

3º ANO:

  • Clarice Lispector: características, metalinguagem epifania, fluxo de consciência e introspecção;
  • Pós-modernismo: características, contexto histórico;
  • Pós-Colonialismo: características, contexto histórico;
  • Filme: “I’m going to tell you a secret”;

sábado, 13 de agosto de 2011

TEORIA DA LITERATURA 2

Pessoal, eis o vídeo e a letra da música Língua, do Caetano Veloso. Divirtam-se na análise das figuras de linguagem!











Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixe os Portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala Mangueira! Fala!
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E - xeque-mate - explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Lobo do lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisas como rã e ímã
Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes
Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé
e Maria da Fé
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo
A língua é minha pátria
E eu não tenho pátria, tenho mátria
E quero frátria
Poesia concreta, prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
(- Será que ele está no Pão de Açúcar?
- Tá craude brô
- Você e tu
- Lhe amo
- Qué queu te faço, nego?
- Bote ligeiro!
- Ma'de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado!
- Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho!
- I like to spend some time in Mozambique
- Arigatô, arigatô!)
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

ME FILMA, ME EDITA

A nova glamourosa do momento. Luisa Marilac, bye,bye!temos uma nova musa-inspiration!


terça-feira, 26 de julho de 2011

CARTA DE ADEUS DO TREMA...

Despedida do TREMA

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disseram que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.
Adeus,
Trema.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

CURSO DE TEORIA DA LITERATURA 2 - FAFIMA

Pessoal que fará o curso de Teoria da Literatura II, favor acompanhar aqui o CRONOGRAMA:


COMECEM SUAS LEITURAS!!! MUITOS DOS TEXTOS ESTÃO DISPONÍVEIS NA INTERNET! AO LONGO DA SEMANA, POSTAREI OS TEXTOS QUE TENHO DIGITALIZADOS AQUI.


AGOSTO
05- Aula inaugural: apresentação do curso.
12 – Figuras de linguagem. Apostila.
19 – Leitura: Introdução ao Verossímil, de Tzvetan Todorov. Atividade em grupos a partir do texto.
26 – Leitura: Prazer nos clássicos, de Roland Barthes.

SETEMBRO
02– Leitura: O jogo do duplo, de Latuf Isaías Mucci.
09– Leitura: A estrutura dos Mitos*, e Mircea Eliade.
16 – Filme: I’m going to tell you a secret.
23 – Avaliação bimestral. Conteúdo: toda a matéria estudada.
24 – Sábado letivo (a combinar).
30 – Filme: Fale com Ela.

OUTUBRO
07– Leitura: Quando ela fala conosco, de L. G. Gasparelli Jr. e Maria L. Bampi.
14 – Leitura: A Literatura em perigo*, de Tzvetan Todorov. Apresentação dos capítulos pelos grupos.
21 – Leitura: Im/Possibilidades da Autobiografia, de Elizabeth M. D-Estrada.
28 – Comentários de De Profundis, de Oscar Wilde. Atividade baseada na carta.

NOVEMBRO
04 – Apresentação** dos grupos 1 e 2: Budapeste, de Chico Buarque e Senhoras do Santíssimo Feminino, de Márcia Frazão.
11 – Apresentação do grupo 3 e 4: Harry Potter e a Pedra Filosofal, de J. K. Rolling e A Hora da Estrela, de Clarice Lispector.
18 – Apresentação dos grupos 5 e 6: A Filha da Noite, de Marion Zimmer Bradley e Capitães da Areia, de Jorge Amado. Entrega de todos os trabalhos escritos***.
25 – Semana de TCC.

DEZEMBRO
02 – Avaliação bimestral.
09 – Provas de segunda chamada.
16 – Prova final.
23 – Entrega dos resultados.

* No dia da leitura, deve-se entregar o fichamento do texto, que será computado como critério de avaliação escrita.

** A apresentação do livro deverá durar cerca de 40min, sendo 20min para um seminário teórico e mais 20min com uma apresentação criativa, seja teatro, vídeo, ou qualquer outra performance escolhida pela equipe.

***Os trabalhos escritos baseados nos livros sorteados devem adequar-se à ementa do curso, por isso o grupo deve escrever um ensaio de 4 até 6 laudas, usando o material teórico estudado para fundamentar as análises feitas. O texto deve ser a voz do grupo, e não uma colcha de retalhos com ideias esparsas. Atenção! Respeitem as regras da ABNT para a produção do ensaio!

CONTATOS:

FACEBOOK: Luiz Gasparelli Junior
TWITTER: @lgasparelli
E-MAIL: ljhecate@hotmail.com
BLOG: hppt://www.autoficcoesdoluiz.blogspot.com

TRABALHOS DE TERCEIRO BIMESTRE DE LITERATURA - CBO

PRIMEIRO ANO:

LIVRO ELITE DA TROPA 2, DE LUIZ EDUARDO SOARES ET ALII.

Atividade: em grupos de 5 ou 6 alunos, produzir um VÍDEO, de tema livre, baseado no livro. Pode ser ou uma adaptação, ou um telejornal. O material elaborado deve ter a duração de no máximo 20 minutos, e um relatório em papel, com nome e número de todos os componentes, descrevendo o que cada um realizou e quando foram os encontros.

DATA DE APRESENTAÇÃO DO MATERIAL ELABORADO: 15/09



SEGUNDO ANO:

LIVRO O CORTIÇO, DE ALUÍSIO DE AZEVEDO

Atividade: em grupos de 5 ou 6 alunos, elaborar TELEJORNAL baseado no livro, mas trazendo-o para os dias de hoje, na cidade de MACAÉ. O material elaborado deve ter a duração de no máximo 20 minutos, e um relatório em papel, com nome e número de todos os componentes, descrevendo o que cada um realizou e quando foram os encontros.
  
DATA DE ENTREGA E APRESENTAÇÃO DO MATERIAL ELABORADO: 15/09






TERCEIRO ANO:

LIVRO AGOSTO, de RUBEM FONSECA

Atividade: em sala de aula, no dia 15/09/2011, será realizada uma atividade em trio a respeito do livro. Por isso, TODOS OS ALUNOS DEVERÃO ESTAR COM O LIVRO EM MÃOS!

terça-feira, 14 de junho de 2011

UM SALTO GAY NA PISCINA

Li há algumas semanas o livro "A Biblioteca da Piscina", de Alan Hollinghurst. O livro conta a história de um jovem rapaz londrino, em plena efervescência, nos anos de 1968/69. A trama é de um gay aristocrático, que vive atormentado pela falta de perspectiva afetiva; entrega-se aos prazeres do amor descompromissado de banheiros públicos e boates fétidas. Mas ele acaba encontrando em um desses banheiros de pegação um senhor que sofre um infarto. A amizade dos dois toma rumos inesperados, e inicia-se, assim, uma peripécia que vai desde a África e o processo terrível de colonização à história da homossexualidade na Inglaterra e, lógico, como um jovem gay consegue pensar em si e em seu passado no meio do caos.
É um livro lindo, cheio de metáforas da vida de todos nós, seres humanos, seres pensantes, amantes, viventes.
E as cenas apimentadas valem o ritmo lento da narrativa. O final, com uma reviravolta à Sócrates, é o melhor.
Livro para todos lermos.









segunda-feira, 13 de junho de 2011

INCÊNDIOS - O FILME

Sábado, num frio macaense que motivava casacos, cobertores, vinho e um bom filme na TV, assisti ao filme Incêndios; indicação de Cláudia e Sérgio, casal de amigos que adoro. 
Eles recomendaram o filme com uma energia visceral, foram atingidos com um soco fílmico e queriam que eu também fosse abatido pela arte.
Pois foi exatamente o que me aconteceu. Após o filme - e uma garrafa de vinho - fiquei por vários minutos olhando a tela azul da TV, que me levava a tantos lugares que nem sei descrever.
O enredo: uma mãe que tem fama de louca, morre e deixa como testamenteiro seu patrão amável e fiel. O testamento: ser enterrada de costas para o mundo, sem caixão, nua. E uma obrigação para os dois filhos gêmeos: entregar duas cartas. Essas cartas são um mergulho no inconsciente de uma família que vem de algum lugar do Oriente Médio. O restante, é na tela.
... E o que me ficou? O que pode ser mais devastador no coração de nós, ocidentais e cristãos, do que desvendar o passado de nossa mãe, rasgar, incendiar, expor o ser humano por trás da figura materna freudiana?
Após ser espancado pelo filme, fui dormir. Não precisei sonhar naquela noite, já havia feito isso, durante os 130min do filme. No dia seguinte,minha mãe almoçou aqui em casa comigo. Olhei em seus olhos e vi um passado que eu não conheço, um passado que eu não participei, mas que me empurrou para a vida.
Depois disso, falo que Incêndios não é um filme apenas recomendado, mas obrigatório para todos os ocidentais lerem suas mães e, como já criara Almodóvar, saber "Tudo sobre minha mãe".








quarta-feira, 8 de junho de 2011

O BARBEIRO E DEUS

A querida amiga Ester me deu esse texto hoje, na escola. Reparto com todos, pela beleza da mensagem.

O homem foi a o barbeiro para cortar o cabelo, como ele sempre fazia. Começou a conversar com o barbeiro e falaram sobre vários assuntos.
Conversa vai, conversa vêm, eles começaram a falar sobre Deus. O barbeiro disse:
-Eu não acredito que exista como você diz.
-Por que você diz isto? O cliente perguntou.
-Bem, é muito simples. Você só precisa sair na rua para ver que Deus não existe. Se Deus existisse, você acha que existiriam tantas pessoas doentes e crianças abandonadas? Se Deus existisse não haveria dor ou sofrimento. Eu não consigo imaginar que Deus permita todas essas coisas.

O cliente pensou por um momento, mas ele não quis dar uma resposta para evitar uma discussão. O barbeiro terminou o trabalho e o cliente saiu. Neste momento, ele viu um homem na rua com barba e cabelos longos. Parecia que já fazia um bom tempo que ele não cortava o cabelo ou fazia uma barba.

Então o cliente voltou para a barbearia e disse ao barbeiro:
-Sabe de uma coisa os barbeiros não existem.
-Como assim, eles não existem? perguntou o barbeiro. Eu estou aqui e sou um barbeiro.
-Não exclamou o cliente. Eles não existem porque se existissem não existiriam pessoas com barba e cabelos longos, como aquele que esta andando ali na rua.
-Ah, mas barbeiros existem, o que acontece é que as pessoas não me procuram isso é uma opção delas.
-Exatamente afirmou o cliente. E justamente isso. Deus existe. O que acontece é que as pessoas não o procuram, pois isso é uma opção delas, e é por isso que há tanta dor e sofrimento no mundo.


domingo, 5 de junho de 2011

UM TEXTO SEM A LETRA A

Recebi ontem este texto, por e-mail. Achei ótimo, pois foi todo escrito sem a letra A.

Sem nenhum tropeço, posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo permitindo, mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, como se isto fosse mero ovo de Colombo.
Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento
Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", ou o que quiser escolher. Podemos, em estilo corrente, repetir sempre um som ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.


COMO CUIDAR DO SEU BEBÊ, VERSÃO PSICOPATA!

Minha querida amiga Leane, afetuosa e muito dedicada, mandou-me um e-mail com estas formas de criar um bebê. Achei ótimo para quem nunca foi pai, mãe, ou até ser humano! As técnicas são bastante objetivas e não há como errar. Se bem que algumas das opções funcionam melhor no sentido proibitivo.

BLOG NOVEAU, O DECADENTISMO

Resolvi atualizar o blog para a minha pesquisa e trouxe um pouquinho mais de decadentismo às suas imagens.


MAS O QUE É DECADENTISMO? Retirei este texto do Dicionário de Termos Literários


Créditos: José António Costa Idéias

O conceito de decadência remete, originariamente, para um significado histórico-político e, numa acepção mais lata e algo “impressionista”, para uma atmosfera psicológica e moral (decorrente, em parte, de um particular contexto socioeconómico e político epocal onde confluem imagens e recordações da fase crepuscular de antigas civilizações) que caracterizou a cultura europeia (com acentuados reflexos e prolongamentos na América Latina e Estados-Unidos da América, por exemplo) do último quartel do século XIX. Nos quadros mentais da “Europa das Luzes”, particularmente em França, o conceito surge relacionado, pela primeira vez, com o declínio do Império Romano tardio (Montesquieu,Considérations sur les causes de la grandeur des romains et de leur décadence, 1734; edição definitiva em 1748), legitimando e reforçando os ditames da emergente racionalidade clássica. Posteriormente, nessa linha, poder-se-á ler o fragmentário Essai sur les causes et les effets de la perfection et de la décadence des lettres et des arts (1780-1790; título segundo a edição póstuma de Abel Lefranc, 1899) de André Chernier, ou ainda a obra de Désiré Nisard, historiador da literatura clássica, Etudes de moeurs et de critique sur les poètes latins de la décadence (1834), autor que compara a obra de Lucano, poeta maneirista latino, com a literatura do seu tempo, assinalando numerosas coincidências negativas na sobrecarga erudita, no uso pretensamente inexacto das palavras e nas complicadas figuras de estilo. Exemplos da formulação de juízos valorativos profundamente desvalorizadores da decadência, com base num pessimismo cultural que tem a sua génese numa interpretação histórica “descendente”, que entende a História como uma decadência gradual, desde o estado mítico do Paraíso e da “Idade do Ouro” até à queda final.
A sensação de viver numa época terminal perpassa por todo o século XIX, desde o romântico “mal du siècle”, a dolorosa consciência da vacuidade da vida (ennui) que é descrita magistralmente por A. de Musset (1810-1857) em La confession d’un enfant du siècle (1836), passando pelo baudelairiano spleen até ao decadente “Fin-de-Siècle”. Esta expressão, que numerosas línguas tomam emprestada do Francês (entrando, deste modo, no uso cultural internacional), designando, grosso modo, a passagem do século XIX para o nosso século, encontra-se em estreita relação com outras como “literatura decadente”, “literatura da decadência”, “decadismo”, “snobismo”, “diletantismo”. Em França foi modismo na designação da consciência decadente descrita e analisada por Ch. Nodier (1780-1844) já em princípios do século XIX. O sentimento cultural finissecular com ela relacionado, caracterizado pelo ostensivo pendor voluptuoso para a morbidez, impregnado de luxo e refinamento na busca de sensações novas, mais intensas, fruídas na temática extravagante e no requinte da forma, procedia de uma situação de tensão face ao contexto socio-económico e político. A consciência da ruína cultural da época encontra-se em estreita relação com a observação do ocaso do poder político. Em França, já Musset se lamentava do declínio do poder napoleónico. No nosso país, Antero de Quental (1842-1891), por seu turno, analisa, no âmbito de uma série de conferências no Casino Lisbonense, a 27 de Maio de 1871, as Causas da decadência dos povos peninsulares nos últimos três séculos (Prosas, vol. II, Coimbra, 1926), dando voz à ibérica ambiência agónica, numa reflexão sobre a problemática do declínio pátrio, peculiar tratamento tópico da decadência nacional, tão agudizado pela geração de 70 e a tarefa semelhante se consagra o espanhol Ángel Ganivet (1865-1898), considerado o percursor da geração de 98, em Espanha, na sua obra Idearum Español (1897). De facto, as análises pessimistas foram, em grande parte, confirmadas por acontecimentos políticos: a França perde a guerra de 1870/71 contra a Prússia-Alemanha, Portugal sofre a “vergonha” do Ultimatum inglês de 1890 (incidente diplomático com profundas repercussões no imaginário colectivo da época). A Espanha perde, em 1898, a guerra contra os Estados-Unidos. Apenas a Itália parece viver um eufórico sentimento de união política, com a conversão de Roma, em 1870, como capital de um país unificado.
No sentido mais restrito, a “decadência” é, no plano estético, uma corrente da literatura francesa desde meados do século XIX com o seu apogeu nos anos 80. No quadro da reacção irracionalista (o retorno ao onirismo, aos mitos, à imaginação, ao fantástico), espiritualista (catolicismo estético, rosa-crucianismo, budismo, por exemplo) e ocultista (magia, cabala, espiritismo, teosofia, quiromancia, astrologia) do fim-de-século contra o positivismo e o cientismo, o decadentismo integra uma lata e plural renovação estética, de teor antinaturalista e antiparnasiana, distinguindo-se como arte de crise correspondente a uma paradoxal atitude, dúbia e ambivalente, perante a sociedade urbano-industrial (miticamente percepcionada como processo de declínio irreversível, o finis Latinorium) e face aos efeitos da moderna racionalidade científica e pragmática, em que o materialismo burguês despontava como algo de abjecto. Daí a recusa do utilitário, de um praticismo social unicamente orientado para os valores mercantis e, como contraponto, a projecção para o “culto do eu” que, tanto no plano do estético como do vivencial, relevava a diferença entre a élite e as massas. Daí, igualmente, o culto exarcebado do artifício, do anti-natural (na tradição baudelairiana), do excesso, do decorativismo sensualista (a predominância dos universos de simulacro, a sofisticação ritualística dos objectos, o fascínio pela flora exótica ou artificial, o ludismo sinestésico, a sintaxe dos odores) e o culto do individualismo (expressão dum egotismo absoluto, clara hipertrofia do eu), a centripetação subjectiva (especularidade narcísica), a ficcionalização de um narcisismo paroxístico. Sob o primado destas tendências temático-formais (a que poderíamos acrescentar, entre outras, o amor ritualmente lascivo e inibitório, o fascínio pela figura ambivalente de Salomé tal como surgia nos quadros do pintor simbolista Gustave Moreau, o erotismo anómalo, a volúpia transgressiva do vício e do sangue, o imaginário nosológico, monstruoso e necrófilo) o decadentismo reclama o novo, pretendendo os estetas libertar a literatura e as artes das convenções da moral burguesa, conscientes que estavam da desilusão de um século que parecia ter esgotado todas as potencialidades de um romantismo reduzido a cinzas. Estes sentimentos encontraram fortíssima expressão literária na obra de J.-K Huysmans (1848-1907), particularmente em A rebours (1884) que, sob a influência tardia do pessimismo de Schopenhauer (1788-1860), empreende uma síntese intensificadora da estética decadente na criação da personagem Des Esseintes, paradigma do dândi finissecular. As representações mentais do “fin-de-siècle” pareciam, deste modo, corresponder à chamada “decadência” e difundir-se-iam, por volta do penúltimo decénio do século XIX , ultrapassando as fronteiras da área franco-belga, persistindo na Europa e na América Latina, ora até aos alvores do século XX (constituindo incontornável substrato da fermentação das estéticas da modernidade emergente, importante momento do conflito entre a modernidade estética pós-baudelairiana e a modernidade científico-sociológica de matriz iluminista), ora até ao imediato pós-Guerra. Representantes desta sensibilidade, exteriores à área linguística francófona, foram, entre outros, Hofmannsthal (1874-1929) na Áustria, Pascoli (1855-1912) e D’Annunzio (1863-1938) em Itália, W. Pater (1839-1894), E. Dowson (1867-1900) e O. Wilde (1854-1900) na Grã-Bretanha, Ramón del Valle-Inclán (1869-1936) em Espanha, os poetas hispanófonos do “modernismo”, do “modernisme” catalão e muitos autores do simbolismo e pós-simbolismo português (Eugénio de Castro, António Nobre, Cesário Verde, Afonso Lopes Vieira, João Barreira, Gomes Leal, entre outros). Em Portugal o decadentismo manifesta-se cedo, na tentativa de decidida modernidade inspirada no prólogo de Ch. Baudelaire e Th. Gautier, através da criação do imaginativo poeta Carlos Fradique Mendes, cujos poemas foram escritos por Antero de Quental e Eça de Queirós, germinando nos anos 80, consolidando-se e implantando-se entre 1889 e 1891 e atingindo o auge entre 1892 e 1902, constituindo a dominante da renovação literária finissecular promovida pelo grupo portuense de Os Nefelibatas e da Revista d’hoje (Raul Brandão, João Barreira, Júlio Brandão, D. João de Castro, entre outros) e por círculos das revistas coimbrãs Boémia Nova e Os Insubmissos (António Nobre, Alberto Osório de Castro, Alberto de Oliveira, Eugénio de Castro), acompanhados pela evolução literária de figuras como Gomes Leal e Fialho de Almeida que alcançam notória manifestação na poesia e na narrativa ficcional respectivamente, manifestando-se ainda, em parte, na novelística do modernista Mário de Sá-Carneiro, em inícios do nosso século. Em Espanha, o decadentismo foi “absorvido” pelo “modernismo”, fundado por Ruben Darío e, na área linguística do Catalão, a decadência, no sentido francês do termo, não se desenvolveu independentemente, mas como corrente tributária do “modernismo” e apenas durante um curto período de tempo (cf. J. Maragall, Estrofes decadentistas). “Decadència”, no sentido catalão, é basicamente uma designação hoje recusada, da época dos historiadores românticos catalães que pretenderam, deste modo, separar a sua própria época de renovação (“Renaixença”) da época de abatimento político da Catalunha (séculos XVI-XVIII). Influenciada pela “boémia” e por Ch. Baudelaire, entre 1860 e 1880, a Itália conhece a “Scapigliatura”, denominação devida ao romance homónimo de Carlo Righetti, Gli scapigliati (1826), um movimento que revela certas semelhanças com a decadência francesa na sua luta contra a moral burguesa e contra a estética classicista. No entanto, D’Annunzio revelar-se-á como o máximo representante do decadentismo no país transalpino. Poder-se-á dizer que o decadentismo antecede imediatamente o simbolismo, acompanhando-o, contudo, epigonalmente, miscigenando-se com tendências neo-românticas até se diluir em simbioses ornamentalistas no domínio das letras e das artes, esgotando, deste modo, o seu período de vigência histórica.
Bib
AA.VV., L’esprit de décadence, Paris, 1980 (vol.I), 1984 (vol.II); E. Ghidetti: Il Decadentismo (1977); Fernando Guimarães: Ficção e Narrativa no Simbolismo(1988); H. Hinterhaüse: Fin de siècle, Munique (1977); Jan Flechter (ed.):Decadence and the1890’s (1979); Jean Pierrot: L’Imaginaire décadent, Paris (1977); José Carlos Seabra Pereira: Decadentismo e Simbolismo na Poesia Portuguesa (1975); id.: História Crítica da Literatura Portuguesa (Do Fim-de-Século ao Modernismo), vol.VII (1995); Jósef Heistein: Décadentisme, Symbolisme, Avant-Garde dans les littératures européennes (1987); U. Horstman: Aesthetizismus und Decadenz (1983).