Eis que há algumas semanas o canal Viva (Viva!) começou a reprisar VAMP. Nada mais traduz minha infância do que essa novela. Eu me sentia um pouco Natasha, Vlad e Sig ao mesmo tempo. Tinha cruzes pelo quarto, só andava com dentaduras vampirescas,chorava sangue de katchup, tomava suco de tomate (que era horrível, mas adorava o visual) e colecionava o álbum de figurinhas como se fossem valiosíssimas jóias de família.
Hoje, revendo a novela, muito mais do que rir de Matoso, o vampiro de um dente só, revivo minha vida pueril, minhas horas de criança que queriam entender o mundo através dos olhos amarelos de um vampiro. Vejo muito do meu barroquismo pessoal, do meu talento para a performance mexicana naquelas cenas.
A cruz de São Sebastião fez de mim um pouco católico, não nego, mas Natasha e Gerald é que, definitivamente, contituíram parte da identidade de um moleque de nove anos, completamente influenciável, e que, ainda hoje, acha que é um pouco vampiro-dramalhão.
Foi com VAMP, com um enredo bobo, simples, sem muito o que contar, com atores bons, cheios de trejeitos debochados e efeitos especiais toscos que eu cresci. Hoje, prefiro outros vampiros, menos caricatos, lógico; mas não perco um capítulo sequer da minha novela. Ou da minha infância?
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